EXTRACAMPO: Prelúdio

Por Leonel Veloso, em CRÔNICA

EXTRACAMPO: Prelúdio

05 de Agosto de 2015 às 17:38

            Da meia janela do avião, o Sol frio que incomoda aos poucos se funde com o soturno quente que dissipa. São distâncias que se percorrem em meios tempos e meio tempo que passa e se percorre. São espaços que se confluem para um descobrimento. Entre rios que se separam, entre cidades que se alternam, entre pessoas que se acham, tudo parece, apesar de velho, um novo ensejo. Em estações diferentes, reconhecem-se climas concordantes e, na diferença de um, o complemento com o outro.

            E assim nasce mais um encontro. De conversas abstratas a interpretações atarantadas; de visões emudecidas a discursos encorajados; de paladares diferentes à busca de semelhante tato; tudo, afinal, parece margear ideias que se juntam para uma nova fase. O que era, há pouco, pensamento, vira ideia, que calha, mas não tarda; torna-se prática.  De invisível e abstrata, aos olhos aparece. De dúvida e desejo, passa a ser só desejo.

            Assim parece nascer o coletivo. Ouvem-se opiniões diversas e que, de tão diversas, nem são tão discretas. Nem por isso divergem. De cinema, de música, de contos, de crônicas, de tarde, de noite; assim, elas aparecem. E descrevê-las não parece fácil. Talvez por isso mereçam destaque, porque vêm com sinceridade. Daqui, novo projeto que se torna; fazendo do escrito, palavra aberta. Palavras estas que não precisam estar em consonância, e que são complementares só por serem, simplesmente, complementares.

            Talvez por isso tenha surgido um novo espírito, que faz das palavras em separado, uma única raiz de simples fonética. Pronuncia-se EntreRios e se escreve assim, sem estar aberta.  Juntas, as duas se acoplam à mesma margem, fazendo sonhos de dois, transformar em desejo de seis. Números que remetem a pessoas, confluem-se em desejo e se juntam na busca de uma identidade.

Vamos avante!

(em homenagem aos amigos entrerianos)

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