
12 de Abril de 2019 às 12:07
A ilustração acima é a capa deste álbum.
Estava agora, como fizera desde sempre, deitado de costas e olhando para o céu noturno. Apreciava as estrelas, constelações, nebulosas, o brilho azul, alaranjado dos gases celestiais.
As condensações cósmicas, explosões solares, possibilidades. Entregava a mente às viagens interplanetárias, explorando os confins do tempo, apertando a mão divina da criação, surfando astros e cometas. Mil, não, inimagináveis possibilidades.
-- Não é assim tão legal, sabia?
Espantei-me com a voz repentina. Ele sentou ao meu lado, retirou o gorro, cruzou os braços em torno dos joelhos e olhou pro céu.
-- Hein?! – consegui soltar.
-- Lá, lá em cima. Não é tão legal assim.
-- Como assim?
-- Não tem aventuras nem romantismo. É só uma imensidão de vazio escuro, espaços infinitos entre os corpos e tédio, o mais absoluto.
-- Mas...
-- Mas a gente tenta a toda hora achar um lugar onde pisar e, assim, fazer crescer alguma coisa.
Deu um tapinha no meu ombro, levantou e foi embora.
Ainda fiquei deitado mais um pouco. Mas enchi o saco e fui buscar uma cerveja
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