Gravity (Estados Unidos, 2013)

Por Raul Lopes, em CINEMA

Gravity (Estados Unidos, 2013)

02 de Abril de 2014 às 20:45

Na vida a gente precisa contar com a sorte e com o bom humor dos outros. Gravidade (EUA, 2013) tem um pouco disso. Um filme que esbanja nos efeitos especiais, na fotografia de Emmanuel Lubezki (Arvore da vida - EUA, 2011), no som e a trilha sonora de Steven Price que são responsáveis por manter o espectador em alerta máximo durante todo o filme.

O roteiro de Gravidade foi escrito por Alfonso Cuarón e seu filho, Jonás, nessa história a tripulação de uma missão de conserto do telescópio Hubble composta pelo astronauta Matt Kowalski (George Clooney) e pela engenheira Ryan Stone (Sandra Bullock) fica a deriva após ser atingida por fragmentos de um satélite destruído por um míssil russo. A partir daí, inicia uma saga diante de situações extremamente adversas em que a especialista Ryan Stone terá que escapar.

A direção é algo que se destaca, claro que os efeitos especiais agregam na nota final, mesmo assim, Cuarón explora muito bem o espaço que mais parece um palco de teatro com o constante fundo negro colocando em evidencia os atores e os diálogos.

A direção faz questão de demonstrar o quão pequeno é o ser humano diante do infinito universo. Não há quem não sinta paura diante do vácuo, do ambiente hostil, do silencio absoluto a 600km de altitude. A sensação de insignificância se instaura desde o início com a belíssima tomada de mais 15 minutos.

Diante das primeira dificuldades a engenheira Rayn até reage em sua luta pela sobrevivência, mas logo se deixa abater e parece não ter a calma e persistência necessária. Pra onde olha a protagonista só encontra dificuldade e é na figura do comandante Kowalski que ela tira suas lições para continuar tentando.

Não é uma ficção cientifica do tipo Tarkovski (Solaris, 1972) ou Kubrick (2001 – Uma Odisseia no espaço - EUA/UK, 1968). Gravidade é mais na linha do cinema “redondo” americano (metricamente falando), ganha pelo visual.

O humor ganha importante papel no filme. Além de quebrar com o medo e a angustia de quem assiste ao desespero de uma tripulação a deriva no espaço, torna-se a única arma que Ryan e Kowalski possuem pra voltar pra casa. O humor e a persistência faz com que Ryan volte a pensar racionalmente, diminua o desespero e passe a querer algo, mesmo que nenhuma alternativa se apresente.

Em certos momentos o filme torna-se previsível subestimando o espectador, o que cai em qualidade. Gravidade é entretenimento, como todo filme o é. O elenco foi bem escolhido, com destaque para George Clooney. O filme ganha pela curiosidade que temos do desconhecido, pelas imagens que provavelmente nunca iremos ver a olho nu.

Final alternativo: Imagine se nesse fatídico dia o comandante kowalski estivesse de mal humor.

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