Luzes da Cidade

Por Diego de Montalvão, em POESIA

Luzes da Cidade

01 de Novembro de 2017 às 02:13

Olho as luzes da cidade mas o que elas olham
Se tarde recolhido em profundo sono
Entorpeço-me e fantasio com elas e  
Como continuam a captar enquanto durmo À noite

Me agrada e tampouco posso

Ver ou vivenciar a madrugada a invadir
E com ela a falta de não poder sentir
Que eu devia sentir o que queria sentir Ainda

De olhos cerrados

Mas estes nunca encerram  
E dormindo continuo no encalço
Inconsciente dos movimentos Dos que em sono

Não se abstêm de perceber:

Os meninos a vadiar, os carros a passar,
Os bêbados a cambalear, as meninas a procurar
O que a cidade oferece para respirar À míngua

Mesmo não eu fico dormente e mormente

A espera de que adormecido possa saber
Os pormenores de uma vida que finda
E que se completa na escuridão Quando a luz falta,

E devia faltar mais vezes,

Que me sinto desperto a espera
De algo que ilumine e me faça menos solitário.

 

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