
01 de Novembro de 2017 às 02:13
Olho as luzes da cidade mas o que elas olham
Se tarde recolhido em profundo sono
Entorpeço-me e fantasio com elas e
Como continuam a captar enquanto durmo À noite
Me agrada e tampouco posso
Ver ou vivenciar a madrugada a invadir
E com ela a falta de não poder sentir
Que eu devia sentir o que queria sentir Ainda
De olhos cerrados
Mas estes nunca encerram
E dormindo continuo no encalço
Inconsciente dos movimentos Dos que em sono
Não se abstêm de perceber:
Os meninos a vadiar, os carros a passar,
Os bêbados a cambalear, as meninas a procurar
O que a cidade oferece para respirar À míngua
Mesmo não eu fico dormente e mormente
A espera de que adormecido possa saber
Os pormenores de uma vida que finda
E que se completa na escuridão Quando a luz falta,
E devia faltar mais vezes,
Que me sinto desperto a espera
De algo que ilumine e me faça menos solitário.