Queens of the stone age (São Paulo, 2014)

Por Raul Lopes, em CRÔNICA

Queens of the stone age (São Paulo, 2014)

27 de Setembro de 2014 às 01:09

Atualmente não existe uma banda que saiba mais o que está tocando do que o Queens of the stone age (QOTSA). Não estou falando em evolução na discografia de 1998 com o álbum homônimo, até 2013 com ... like clockwork, noto que desde 1998 Josh Homme (vocal, guitarra e mentor) já sabia que tipo de música queria tocar, dai pra frente foi testando músicos a procura do riff perfeito. Nesse revezamento, já passaram pelo QOTSA nada mais nada menos do que 21 músicos, sendo Josh Homme o único desde o inicio.

Quando a coisa é boa todos querem participar, Dave Grohl foi o baterista no magistral Songs for the deaf  (2002) e falou que o QOTSA é o tipo da banda que ele sempre quis tocar, lá ele toca o que quer. Na discografia encontramos 6 álbuns, mas pergunte a qualquer fã sobre a discografia que ele será enfático ao definir a tríade sagrada do Rock and Roll pós 70: Rated R (2000), Songs for the Deaf (2002) e ... like clockwork (2013). Agora não pergunte qual o melhor dos 3, isso pode levar a discussões, elucubrações e perorações infindáveis, que regrada a cerveja, faço as vezes de uma grande amigo: “aí pode é botar”.

QOTSA é uma banda que se pode até não gostar, mas tem que respeitar. Ao ouvir qualquer dos álbuns você não vai conseguir falar: “isso é igual a ...”, influência tudo mundo tem, mas copiar não é com Josh Homme e Cia. Na verdade o QOTSA inverte essa impressão, faz com os outros se pareçam com ele, faz você pensar: “isso é parecido com qotsa”, ou até mesmo “isso é coisa do Josh Homme”.

O “isso é coisa do Josh Homme” é bem vindo quando se ouve Humbug (2009) do Arctic Monkeys. A banda que já é boa procurou Josh Homme para produzir o terceiro álbum e o resultado é só ouvindo, um disco de coragem de quem não tem medo de errar.

No ultimo 25/09 o bairro da Barra Funda em São Paulo foi palco para a última apresentação da turnê do disco ... like clockwork. O local foi o Espaços das Américas, lotação máxima e a fila dobrava quarteirões. As 22h o qotsa entrega seu cartão de visitas com You think i ain’t worth a dollar but a feel like a millionaire e sem perdão segue com No one knows.

Todos que alí estavam foram premiados com músicas de todos os discos, até mesmo “Mexicola” que atualmente é pouco tocada em shows e, claro, foi ovacionada. O show foi perfeitamente dosado na escolha das músicas, a banda é boa até nisso, sabe fazer um setlist sem defeitos, numa sequência inalterável.

No meio do show, durante a execução do tiro certeiro Feel good hit of the summer surge, furando a fila, Never let me down again do Depeche Mode, a letra parece ter sido feita por Josh Homme e poderia figurar facilmente no ... like clockwork.

O Brasil foi o primeiro lugar onde a banda tocou algo da turnê do ... like clockwork (My god is the sun no Lollapalooza em 2013) e também o último. Mas para os que não foram, ainda resta a confiança nas palavras do vocalista, que antes da sequência final e violenta de Do it again e A song for the dead, disse: “Da próxima vez a gente começa e termina aqui de novo”.

Esse post é dedicando a Leonel, João Leonardo, Bernardo, Diego e Márcio, que questionados se gostam do QOTSA, a resposta certamente será: Pode é botar !!

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