ROCKY, UM LUTADOR (Estados Unidos, 1976)

Por Wilson Araújo, em CINEMA

ROCKY, UM LUTADOR (Estados Unidos, 1976)

28 de Janeiro de 2016 às 21:44

Claro que recomendamos escutar esta música ou mesmo esta para leitura do post, ou mero deleite.

Um lutador de boxe amador que, sem oportunidades no esporte profissional, contenta-se em fazer cobranças para a máfia local. Então o campeão mundial de pesos pesados, estando em baixa com o público e a crítica decide marcar uma luta com o tal amador, por causa de seu apelido: “O Garanhão Italiano”. Treino, romance, realizações, luta... fim.

Clichê, hein?

Não!

Icônico, é palavra certa para este filme. Há tantos elementos caracterizadores desta história que é quase impossível, por exemplo, alguém ouvir Gonna Fly Now ou Eye of the Tiger e não começar a cantarolar, simulando os socos no vento, enquanto corre.

O filme Rocky, o Lutador, representa a clássica história de um lutador de boxe, que foi da miséria à riqueza e do anonimato à fama. Assim como uma virada na vida de Stallone, autor do roteiro da produção e também sua estrela principal. Ele era um ator principiante, que veio de um passado de muitas dificuldades e que emplacou o roteiro de um filme que, definitivamente, mudaria sua carreira para sempre. Seu filme foi um sucesso e premiado com Oscar.

Ponto interessante que poucos sabem, todavia, é o caráter quase autobiográfico do filme. À época em que Stallone o escreveu, o ator vivia nas ruas, sem dinheiro, trabalho ou expectativas. Após assistir um luta de Ali, inspirou-se e escreveu em apenas três dias o roteio completo de Rocky. Vários estúdios interessaram-se por seu filme, mas esbarravam na vontade irredutível de Stallone de protagonizar seu filme. Afinal, ninguém queria um ator desconhecido, com paralisia no lado esquerdo da face e fala arrastada.

Stallone foi inflexível e aceitou fazer o filme com orçamento mínimo. Deu no que deu.

Sttallone, assim como Rocky, correu atrás de seu sonho e perseverou na luta. A galgada do ator ao Oscar e ao estrelato pode ser metaforizada na corrida do lutador ao topo da escadaria, quando vê a cidade de cima.

Ou, melhor, deixemos que o próprio Rocky conte-nos como chegou lá:

“O mundo não é um mar de rosas; é um lugar sujo, um lugar cruel, que não quer saber o quanto você é durão. Vai botar você de joelhos e você vai ficar de joelhos para sempre se você deixar. Você, eu, ninguém vai bater tão forte como a vida, mas não se trata de bater forte. Se trata de quanto você aguenta apanhar e seguir em frente, o quanto você é capaz de aguentar e continuar tentando. É assim que se consegue vencer.

Agora se você sabe do teu valor, então vá atrás do que você merece, mas tem que estar preparado para apanhar. E nada de apontar dedos, dizer que você não consegue por causa dele ou dela, ou de quem quer que seja. Só covardes fazem isso e você não é covarde, você é melhor que isso.” (Rocky 6)

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