Trance (Reino Unido, 2013)

Por Raul Lopes, em CINEMA

Trance (Reino Unido, 2013)

28 de Maio de 2014 às 22:53

É uma surpresa ! mas dessa vez negativa. Se o objetivo é confundir Danny Boyle conseguiu. O mesmo diretor do brilhante Trainspotting (UK, 1996) filme que mostra a vida auto destrutiva de cinco jovens escoceses: Renton, Tommy, Spud, Sick Boy e Begbie. Renton (Ewan McGregor) juntamente com seus amigos fazem de tudo para manter o vicio em heroína. A trilha sonora era um elogio a parte, conta com Lou Reed, Iggy Pop, Underwold, Brian Eno, Primal Scream, New Order, Blur entre outros. Um filme que marcou década.

Em 2009, Boyle ganhou o Oscar de melhor diretor com "Quem Quer Ser um Milionário?" (UK, 2008). O filme contou com uma "tímida" produção em 15 milhões de dólares, contudo, obteve uma rentável bilheteria e uma lista de importantes prêmios.

Trance (UK, 2013) é um filme confuso, de tanta reviravolta o espectador começa a se perder. A direção não compromete, com uma câmera rápida Boyle mostra que é um dos mais talentosos diretores ingleses. 

O filme é um remake de uma produção para TV britânica de 2001 e conta a história de Simon (McAvoy), um funcionário de uma casa de leilões que se envolve com uma quadrilha liderada por Franck (Vincent Cassel) e montam um plano para roubar uma valiosa obre de arte. Na execução do crime, logo no inicio da trama, Simon leva uma forte pancada na cabeça que o faz sofrer amnésia e esquecer onde escondeu o valioso quadro.

Para ajudá-lo a recordar onde fica o esconderijo que guarda a obra de arte, Franck sugere a Simon que faça hipnose e nesse momento surge uma peça chave na história, a Dra. Elizabeth (Rosário Dowason), que passa a fazer regressões em Simon.

Em certos momentos o espectador perde o fio condutor da história, a realidade e a consciência de Simon disputam espaço no roteiro que de tanto girar acaba formando um grande espiral. A trilha sonora intensa embala a rapidez dos acontecimentos deixando o filme cada vez mais caótico, tornando o avesso do avesso do avesso do avesso ...

A intenção foi ótima, roteiro é interessante, lembra as investidas de Charles Stuart Kaufman (Brilho Eterno de uma Mente sem Lembranças, Adaptação e Synecdoche, New York). É o tipo do filme em que o trailer é melhor do que o próprio filme. É o Boyle de Cova Rasa (UK, 1994) e Trainspotting (UK, 1996), mas dessa vez o pecado foi o excesso.

Quem sabe na próxima, na prometida continuação de Tranispotting para 2016.

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