Eu descia por dentro de uma montanha. Sim, era um caminho por dentro da montanha, em espiral descendente, contornando sua estrutura, seu corpanzil pedregoso, rígido, quase imutável. Eu descia calma e cadenciadamente, o teto era quebrado e entrecortado pelos raios de sol que desciam pelas frestas, malhando o chão rochoso com a luminosidade amarela e quente.Eu descia sozinho, lembro bem, sem sentimentos eufóricos nem pressa, nem coisa o valha. Eu, descia.E desci.Ao fim, no sopé da montanha,
Basta eu pôr o pé fora de casa, o que tento evitar amiúde, para me confrontar com uma legião de inconformados. Sim, não posso chegar no boteco que, após cumprimentos formais e...
Avista-se a cidade ainda de longe. De carro, de moto, de perto, de fronte; tão logo ela esteja, mais próximo corteja. De perfeitos rabiscos a complicados abismos, à primeira vista, a cidade já mostra seus ares imprecisos. Às vezes perigosos, estes nos tornam à vontade, habituando-nos àquela forma aparentemente estranha, ou por que não audaciosa, de ver a vida.A cidade se mostra, assim, protagonista. Por vezes tranquila, torna-se agitada e soturna, seguindo em consonância com as imperfeições das