Cronicamente Viável: Adaptação

Por Raul Lopes, em OPINIÃO

Cronicamente Viável: Adaptação

16 de Março de 2016 às 12:17

"A televisão me deixou burro, muito burro demais". Dizem que essa frase não faz mais sentido, sua realidade é a da época em que foi cantanda pelos Titãs no distante ano de 1985, hoje a televisão é invofensiva. Culpar a coitada da TV por emburrecer alguém, sinceramente, não tem sentido. Será?
Hoje eu escolho como eu devo me informar e isso somente foi possível graças a ágil e acessível rede social. Acho que a voz do Branco Melo ainda tem sentido, até porque acredito que na internet encontro um conteúdo mais imparcial e abalizado, menos comandante.
Lá eu só leio o que eu quero. Gosto de facilidade, não tenho tempo a perder. Pra que ler a reportagem se na chamada da notícia eu já entendo tudo? Em 15 minutos me informo de tudo que passou no dia e ainda me sinto apto a comentar com quem encontrar. Que maravilha.
Hoje temos que ser rápidos e ler somente o mais importante. A TV é diferente, a TV é lenta e cheia de propagandas pra te alienar. Sou livre e posso escolher meus grupos sociais e neles acompanhar as relevantes discussões sobre os problemas do mundo, do meu país, da minha cidade, do meu bairro, dos meus amigos e vizinhos. Me sinto inserido na sociedade.
Ler pra que? Basta clicar nas notícias gravadas em vídeos, que têm duração máxima de 5 minutos, e pronto, lá aparece uma jornalista imparcial proclamando o resumo do dia. Que beleza.
Aproveitando esse gancho, faço desse post uma adaptação dessa doce pós-modernidade. Vou comentar em cinco linhas, cinco filmes que destaco do ano de 2015 e logo a frente coloco o que mais me chamou atenção em cada um deles:
Juventude (Itália) - Tudo
The Lobster (Grécia) - Roteiro
45 anos (UK) - Atores
Boi Neon (Brasil) - Atores
Deephan (França) - Roteiro
Viu, é o mesmo que ter assistido. Detalhes pra que?
Post Scriptum:
"Será que eu falei o que ninguém ouvia?
Será que eu escutei o que ninguém dizia?
Eu não vou me adaptar, me adaptar" - Nando Reis
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