04 de Março de 2015 às 14:42
Trata-se do décimo sexto filme da carreira de Ethan e Joel Coen. Inside Llewyn Davis - A balada de um homem comum (EUA, 2013). O filme é uma bela homenagem ao folk que na década de 60 explodia no cenário musical dos arredores do bairro de Greenwich Village de Nova York.
Llewyn Davis (Oscar Isaac) é um músico de folk que vive em Nova York tocando em pequenos bares por pouco dinheiro. Llewyn não é um músico ruim, muito pelo contrário, tem talento mas lhe falta algo para que sua carreira engrene. O cantor não possui residência fixa, mora de favor na casa de amigos e não parece se incomodar muito com isso.
Um personagem que chama atenção logo no início é Troy Nelson (Stark Sands), um caipira que Llewyn não vê qualquer talento, mas possui uma alma folk, que talvez seja o que falta ao protagonista.
Durante sua saga, Llewyn Davis aceita fazer a gravação de uma música chamada “Please Mr. Kennedy”, juntamente com Jim (Justin Timberlake) e Al Cody (Adam Driver). O resultado é questionado por Llewyn que não acredita no sucesso da música e por necessidade, abre não dos direitos autorais por um punhado de dólares. A gravação dessa música é um daqueles momentos inspirados dos irmãos Coen, com personagens exagerados que beira a bizarrice.
A vida de Llewyn parece ter apenas um sentido, para frente, não tem para onde voltar. Em sua viagem para Chicago para se apresentar a um produtor, o filme dá uma virada com relação aos personagens. A estranha figura de um velho músico de Jazz e seu motorista dão contornos importantes na personalidade do protagonista.
Em Chicago, Llewyn acaba não escolhendo a sua melhor música e após a audição, o produtor lhe faz criticas e, claro, o músico não dá ouvidos. Em sua volta para Nova York decide mudar de vida e desistir da música, a partir daí o filme se encaminha para o final.
É um filme com uma atmosfera cinza (explorado na tonalidade do filme), isso é diretamente associado ao sentimento do protagonista, um personagem melancólico. Llewyn não merece tanta preocupação, nem ele mesmo se leva tão a sério.
Em entrevista, questionado sobre cenas excluídas ou finais alternativos de Inside Llewyn Davis, Ethan Coen diverte-se: “Se tivesse um final diferente teria que ter uma abertura diferente, certo?”. Certíssimo.
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