Janelas - Wolfgang Sulzer

Por Márcio Barros, em FOTOGRAFIA

Janelas - Wolfgang Sulzer

04 de Julho de 2018 às 16:14

Sexta à noite. A cidade estava meio entorpecida. Eu e minha esposa resolvemos sair. No caminho, aquela dúvida saborosa sobre qual lugar ir. Enquanto especulávamos, passamos em frente ao Café Viena. O ambiente luminoso e charmoso nos convenceu a ficar por lá.

Estacionei o carro e, dirigindo-se à entrada, notamos uma galeria ao lado com quadros enormes de paisagens deslumbrantes, semelhantes a pinturas. Colamos os rostos no vidro, admirando-os, como cachorros famintos às portas de uma churrascaria, quando um garçom se aproximou e perguntou se queríamos “vê-los de perto”. Claro, repetimos sincronizados. “Ok, vou abri-la pra vocês e chamar o seu Wolfe” repetiu o solícito senhor de meia idade.

Ficamos surpreendidos com a dimensão e a qualidade dos quadros, e mais ainda, quando o autor delas, Wofgang Sulzer nos disse que não havia qualquer efeito de edição. Eram fotos reais, sem retoques. Suas visões personalíssimas dos diversos lugares por ande andou: Viena, Lisboa, Paris, Toscana, Teresina, Luis Correia,...

Wolfgang Sulzer é austríco, reside em Teresina há vários anos. Fala um português quase sem sotaque. Casado com a teresinense e também fotógrafa, Rossana Sulzer, percorre o mundo capturando suas impressões de poeta sobre paisagens, cores e movimentos, recolhendo de suas lentes não apenas lugares, mas instantes, percepções.

Os quadros pendurados na parede, alguns com dimensões gigantescas, assemelham-se a janelas, de onde se tem a vista improvável de um por de sol em Veneza ao lado de uma noite melancólica de Teresina capturada às margens do Poty. O mundo inteiro parecia caber naquela sala de poucos metros quadrados. Saímos de lá felizes por podermos dar uma volta nele em alguns minutos, utilizando os olhos privilegiados de um artista, Wolfgang Sulzer.

 

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