Quem gosta de música e vai para megafestival é babaca! Ou pelo menos deveria se sentir um.

Por Erick Miranda, em OPINIÃO

Quem gosta de música e vai para megafestival é babaca! Ou pelo menos deveria se sentir um.

20 de Setembro de 2017 às 00:37

Por Erick Miranda

Os festivais gigantes, hoje, são um aglomerado de empresas vendendo suas marcas por todo lado, um turbilhão de propagandas e distrações sem fim. No final das contas, quem fica nos últimos lugares no quesito importância é a música. Roda gigante, tirolesa, vinho chique, praça de alimentação gourmet, tudo é lindo e tão interessante que, às vezes, até dá para ver algum show, se sobrar tempo. Essa é a dinâmica vendida nesses eventos atualmente.

Naomi Klein escreveu há mais de uma década, no seu célebre livro “Sem Logo - A Tirania das Marcas em um Planeta Vendido”, que a estratégia corporativa era criar festivais que ficassem mais famosos que os artistas que tocariam neles. Então não importa o que vai tocar, o nome do festival é que vai levar o público a comprar os ingressos. Lembro que li isso e na minha ingenuidade pensei: “não, com música não vai acontecer isso…” santa inocência, Batman! Hoje vejo que o público não está nem aí para o que vai tocar e nem quem é a atração musical, “o importante” é estar lá. Os ingressos esgotam muito antes das atrações serem anunciadas, ou seja, é “COOL” ir para essas festas, pousar de blogueira, modernete ativista, ou qualquer coisa que o valha, mesmo se o festival for organizado por empresas que doem dinheiro a organizações homofóbicas. Quem se importa? Sair de ativista descolado no instagram é muito mais importante. O que esses festivais vendem hoje é a tal da “experiência”, que nada mais é que um amontoado de empresas te oferecendo um monte de quinquilharia e distrações para você não lembrar que está sendo otário em pagar tão caro por uma escalação esquálida que obedece aos interesses da própria empresa que promove o festival e que também empresaria esses artistas.

Os maiores festivais do mundo são dominados por basicamente três empresas: Live Nation, SFX (dona de 50% do Rock In Rio) e AEG Live. Por isso eles são tão iguais em qualquer continente, com uma particularidade, os nossos são ainda piores, com escalações patéticas e atrações caquéticas, que refletem o quão atrasado o público nacional é. A imprensa musical (que importa?) não dá mais a mínima bola para esses eventos. Entenda, eles são realmente irrelevantes. Só mesmo no Brasil festival grande ainda é assunto no meio de quem gosta de música. Só um público babaca imagina que todo aquele ambiente foi criado para ele se divertir e não para ficar bonito nas transmissões de TV.

Alguém pode perguntar: Ainda existe festival interessante? Existe, mas aí é assunto para um outro dia

Por Erick Miranda

Os festivais gigantes, hoje, são um aglomerado de empresas vendendo suas marcas por todo lado, um turbilhão de propagandas e distrações sem fim. No final das contas, quem fica nos últimos lugares no quesito importância é a música. Roda gigante, tirolesa, vinho chique, praça de alimentação gourmet, tudo é lindo e tão interessante que, às vezes, até dá para ver algum show, se sobrar tempo. Essa é a dinâmica vendida nesses eventos atualmente.

Naomi Klein escreveu há mais de uma década, no seu célebre livro “Sem Logo - A Tirania das Marcas em um Planeta Vendido”, que a estratégia corporativa era criar festivais que ficassem mais famosos que os artistas que tocariam neles. Então não importa o que vai tocar, o nome do festival é que vai levar o público a comprar os ingressos. Lembro que li isso e na minha ingenuidade pensei: “não, com música não vai acontecer isso…” santa inocência, Batman! Hoje vejo que o público não está nem aí para o que vai tocar e nem quem é a atração musical, “o importante” é estar lá. Os ingressos esgotam muito antes das atrações serem anunciadas, ou seja, é “COOL” ir para essas festas, pousar de blogueira, modernete ativista, ou qualquer coisa que o valha, mesmo se o festival for organizado por empresas que doem dinheiro a organizações homofóbicas. Quem se importa? Sair de ativista descolado no instagram é muito mais importante. O que esses festivais vendem hoje é a tal da “experiência”, que nada mais é que um amontoado de empresas te oferecendo um monte de quinquilharia e distrações para você não lembrar que está sendo otário em pagar tão caro por uma escalação esquálida que obedece aos interesses da própria empresa que promove o festival e que também empresaria esses artistas.

Os maiores festivais do mundo são dominados por basicamente três empresas: Live Nation, SFX (dona de 50% do Rock In Rio) e AEG Live. Por isso eles são tão iguais em qualquer continente, com uma particularidade, os nossos são ainda piores, com escalações patéticas e atrações caquéticas, que refletem o quão atrasado o público nacional é. A imprensa musical (que importa?) não dá mais a mínima bola para esses eventos. Entenda, eles são realmente irrelevantes. Só mesmo no Brasil festival grande ainda é assunto no meio de quem gosta de música. Só um público babaca imagina que todo aquele ambiente foi criado para ele se divertir e não para ficar bonito nas transmissões de TV.

Alguém pode perguntar: Ainda existe festival interessante? Existe, mas aí é assunto para um outro dia

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